Sobre a família
COMUNICAÇÃO realizada pelo Dr. GIOVANNI BATTISTA MOLON* em 13/10/91 por ocasião do 1º ENCONTRO DA FAMÍLIA MOLON
Caríssimos participantes, todos membros desta grandiosa família:
Não podia recusar o convite do grande amigo Floriano, de participar direta ou indiretamente, ao evento por ele arquitetado, programado em todos os pormenores.
Admirável o seu espírito de iniciativa e de altruísmo; festa de extraordinária beleza, de espírito comunitário desta grande família Molon espalhado no mundo todo.
Não quero que as minhas palavras, no entanto, sejam tomadas no sentido definitivo. Deixo tempo às pesquisas para confirmar cientificamente, quando é dito neste momento.
Na longínqua década de quarenta, quando o professor de Grego, Pe. Francesco Pasetto, durante a tradução de um bucólica (história pastoril) me chamou a atenção sobre a palavra "Molon", eu senti algo diferente dentro de min. Nunca mais esqueci o verbo "Blosco", um verbo irregular que no pretérito passado se apresenta como eMOLON; traduzido quer dizer "vai e vem". Como ele se encontra sempre relacionado a quem "vai e vem" com as ovelhas, toma o sentido de pastor ou pastorear. Correta portanto é a dedução que ainda antes da fundação de Roma, eles, Molon, teriam percorrido as margens do mar Adriático e naquele "vai e vem" se estabeleceriam na Itália, precisamente nas colinas de Arzignano, hoje na Província de Vicenza.
Mais tarde encontraremos os MOLON entre os soldados e cinturiões romanos. Nas regiões de Arzignano, existe até os dias de hoje uma cidadezinha com o nome de CAMPO MOLON, além das maiores e famosas fábricas de tecidos de lã: Marzotto e Rossi. Ora, não há fábrica se não há matéria prima. Não existe lã se não há ovelha.
Lembro com saudade as primaveras da minha juventude, quando contemplava os pastores que desciam as colinas acompanhando as ovelhas.
Maravilhoso e adequado portanto o nosso brasão.
Prezados: tenho a certeza que o dia de hoje passará para as futuras gerações e que a palavra MOLON, lembrará sempre uma outra figura tão amada e tão sublime "Jesus", o Bom Pastor.
Sinto-me feliz por este encontro; por esta presença tão numerosa e extraordinária. Este congrassamento quer expressar também a admiração que temos para com os nossos antepassados.
As mensagens disseram ou dirão quem eles foram, o que fizeram, o que deixaram em valores materiais e espirituais e como estes foram transmitidos de geração em geração.
Levo sempre comigo e com orgulho os atributos que na minha terra natal eram aplicados aos Molon: homens honestos, prestativos, justos e trabalhadores.
Vejam o que escreve Plutarco no ano 80 antes de Cristo a respeito de Apolônio, filho de Molon, confirmando o que dissemos até agora. "Cesar foi a Rodes, ilha situada na frente e pertencente a Grécia, para tomar as lições de Apolônio, filho de Molon, do qual Cícero havia sido discípulo. Apolônio ensinava retórica, com grande êxito e gozava de reputação de homem virtuoso."
Tenho certeza também que estes sentimentos de confraternização encontrarão eco e retribuição: eles se repetirão toda vez que alguém desta grandiosa família se encontrar com aqueles do além mar. Muito obrigado por tudo e prossigamos nossa caminhada, unidos no mesmo ideal de trabalho, honestidade e fraternidade.
Até a próxima oportunidade e um grande e efetuoso abraço a todos."
* GIOVANNI BATISTA MOLON, é filho de Luigi Constantino Molon e Madlanena Zerbato, natural de Verona, emigrado em 19.. para o Brasil e, reside em Porto Alegre, casou com Maria Andreis, médico formado pela Universidade de Rio Grande/RS.